top of page

CBIOs: O que é e qual a sua função no mercado atual



Como vimos no artigo anterior, sobre o ARLA 32, estamos caminhando para uma série de agendas que buscam mitigar e zerar a emissão de gases de efeito estufa na atmosfera (GEE - Gases de Efeito Estufa).


Com base no mesmo objetivo, abordaremos neste artigo, algumas informações sobre um novo componente já em vigência no mercado, o crédito de carbono (CBIOs).


Bora lá amigos e amigas de compras, já separe seu café que este assunto está em alta e nós precisamos estar por dentro para tratá-lo em nossas negociações.


Como consta no site da B3, para viabilizar as obrigações assumidas pelo Brasil na Conferência das Nações Unidas sobre as Mudanças Climáticas de 2015 (COP 21), foi estabelecida em 2017 através da Lei nº 13.576/2017, a Política Nacional de Biocombustíveis (RenovaBio), com regulamentações adicionais através do Decreto nº 9.888/2019 e da Portaria nº 419 de 20/11/2019 expedida pelo Ministério de Minas e Energias.


Como um dos esforços para cumprir os compromissos assumidos na COP 21, o país estabeleceu metas anuais de descarbonização para o setor de combustíveis, com o intuito de aumentar a participação de bioenergia na matriz energética brasileira para aproximadamente 18% até 2030.


O Crédito de Descarbonização (CBIO) é um dos instrumentos adotados pela RenovaBio como ferramenta para o atingimento desta meta. Ele será emitido por produtores e importadores de biocombustíveis, devidamente certificados pela Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP), com base em suas notas fiscais de compra e venda. Em contrapartida, os distribuidores de combustíveis fósseis possuirão metas anuais de descarbonização calculadas pela ANP, com base na proporção de combustíveis fósseis que comercializam, e adquirir CBIOs é a única forma de atingimento destas metas.


Cada CBIO corresponderá a uma tonelada de CO2 evitado, ele não terá data de vencimento e será retirado de circulação somente quando for solicitada sua aposentadoria. A cada ano os distribuidores de combustíveis deverão solicitar a aposentadoria de CBIOs de sua titularidade em quantidade equivalente às metas de descarbonização que lhe foram estabelecidas.


Pontos de atenção:


Porque citamos a B3 no artigo? Porque no início, havia a dúvida de onde os créditos de carbono seriam negociados, após amplos debates e reuniões com agentes do setor, foi decidido que a bolsa de valores oficial do Brasil, seria o balcão de negócios para comercialização do CBIO.


Se você é comprador ou compradora de combustíveis, saiba que já existe uma linha na composição de custo do produto que contempla o CBIO. Ou seja, se você trabalha com o modelo de gestão de “open book” e seu fornecedor ainda não atualizou a fórmula de preço, com certeza sua fórmula está desatualizada.


Qual a base para tal afirmação? Simples, o valor do CBIO no mercado hoje.


Nos últimos dois anos, a cotação na B3 saiu de R$ 50,50 em jun/20 para R$202,65 por crédito de carbono em jun/22. Conforme gráfico abaixo, com dados retirados no site da B3.



Com valor quatro vezes maior, você acha que as distribuidoras não estariam repassando tal despesa ao cliente final?



Pense bem e bons negócios!




Texto escrito por Alex Ponce | 25/07/2022, fundador da APX Energy , com página no Instagram @apx_energy_brazil e é colunista do Café com Comprador.

bottom of page