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Petróleo em queda livre na semana 49



Com o início da guerra entre Rússia e Ucrânia, iniciada em fevereiro deste ano, o mercado de energia experimentou uma dose amarga de instabilidade e altas recordes, tanto aos combustíveis líquidos (querosene de aviação, gasolina, diesel e óleo combustível), como gasosos (GLP e gás natural).


Fato é que o mercado já tinha passado por uma experiência terrível, como a pandemia de 2020 ainda com fortes impactos na cadeia de suprimento por todo o ano de 2021.


Esperava-se então, um momento de alívio para 2022. Mas a guerra veio como um balde de água fria nessa tão esperada expectativa.


Gráfico 1: variação do petróleo (Brent e WTI) em 2022.


Analisando o gráfico acima, notamos que os preços foram fortemente abalados no primeiro semestre do ano. Com destaques para os meses de Março e Junho.


No primeiro semestre do ano, a cotação do Brent chegou a atingir os $130/barril. Vamos recordar quais os principais fatores contribuíram para estas altas recordes?


a) Guerra entre Rússia e Ucrânia - principal fator, com certeza;

b) A retomada da demanda após a vacinação em massa;

c) China, principal importador da commodity retomando atividade industrial;

d) Alto custo do frete internacional, ocasionado pelo descompasso nos fluxos durante a pandemia.


Petróleo em queda livre abaixo dos $80/bbl


Analisando todo o caos causado no mercado no primeiro semestre do ano, podemos observar um movimento contrário neste momento.


O petróleo está em queda livre e achamos importante destacar alguns pontos que estão contribuindo para este fato:


a) Baixa demanda na China, reflexo do programa Covid-Zero;

b) Redução das atividades econômicas, com risco de recessão na Europa e Estados Unidos;

c) Grande inflação nos custos de energia, que ao atingir certos picos, como todos os produtos, buscaram um ponto de equilíbrio;

d) Ações da OPEP+ no que tange a suas estratégias de produção x preço;

e) Debates sobre um possível teto de preço ao petróleo Russo.


Após decisão do G7 em concordarem com o teto de preço para o petróleo Russo, dois dias depois ocorreu a reunião da OPEP+ no último dia 4.


Nesta reunião do cartel, esperava-se um anúncio de cortes na produção, como resposta as recentes quedas nos preços, ocasionada pelos pontos acima citados.


Porém, este anúncio de corte não veio e o mercado então, tirou o pé no fechamento dos contratos futuros, reduzindo a pressão de demanda, e assistimos então na semana 49 (05/12 a 09/12) o barril do petróleo tipo Brent ser vendido abaixo dos $80.


Este mês de dezembro, será crucial para analisarmos, como os principais agentes do setor, irão reagir a todos os acontecimentos e estratégias em andamento. Com base no fechamento deste ano, será possível ter uma leve previsão de como serão as coisas para o primeiro trimestre de 2023. Pois logo em seguida, ocorre uma nova reunião da OPEP+ e tudo pode mudar.


Ficaremos de olho.




Texto escrito por Alex Ponce | 07/12/2022, fundador da APX Energy , com página no Instagram @apx_energy_brazil e é colunista do Café com Comprador.

Os artigos assinados são de responsabilidade exclusiva dos autores e não refletem, necessariamente, a opinião do Café com Comprador e de seus editores.


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