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Farol APX: Análise do Mercado (24 a 28 de abril de 2023)



Após os cortes da OPEP+ no final de março, os preços do petróleo dispararam, saindo do patamar dos US$ 70/barril para a média dos US$80/barril. Neste acordo recente e que pegou o mercado de surpresa, pois não houve uma comunicação prévia, simplesmente anunciaram após uma reunião extraordinária, a Rússia e a Arábia Saudita se comprometeram liderarem os cortes chegando juntas a cortarem mais de 1 milhão de barris por dia.


Os cortes foram justificados para equilíbrio da demanda e ficou claro ao mercado que o cartel pretende concentrar os esforços necessários para manutenção dos preços do petróleo acima dos US$80/barril.


Porém, outros fatores ainda pairam no ambiente mercadológico da commodity e necessitam de certa atenção. Vamos analisa-los?


O fator China

Os movimentos de Pequim são famosos por impactar de forma positiva ou negativa os preços das commodities, mas no caso do petróleo este impacto já não ocorre como nos últimos anos, conforme mencionado por Simon Watkins à oilprice em 24/04/2023; “a economia da China está melhorando, mas a demanda por petróleo pode decepcionar. A correlação anteriormente muito direta entre o crescimento econômico da China e os preços do petróleo foi evidenciada durante o último superciclo. Muitos acreditavam que um salto econômico pós-covid na China anunciaria automaticamente um grande salto nos preços do petróleo. O transporte representa apenas 54 por cento do consumo de petróleo da China, em comparação com 72 por cento nos EUA e 68 por cento na União Europeia.


Ele ainda relata que a economia do gigante asiático; “cresceu 2,2 por cento em uma base ajustada sazonalmente no primeiro trimestre (T1), uma grande melhoria em relação ao crescimento de 0,6 por cento do trimestre anterior. Também positivo do ponto de vista econômico foi que esta foi a terceira expansão trimestral consecutiva depois que a China começou a aliviar as restrições do COVID-19 no segundo semestre do ano passado. Dito isso, ao contrário de grande parte do crescimento econômico estelar da China de meados da década de 1990 até antes da pandemia de COVID-19 em 2020, esse crescimento pode não se traduzir tão diretamente em aumentos igualmente surpreendentes no preço do petróleo”.

Foto: Reprodução


O fator OPEP+

O cartel liderado pelos Sauditas e pelos Russos, não podem ficar de fora da nossa análise semanal, pois representam uma parcela significativa da produção global de petróleo e gás. Em 13/04/2023 a escritora e pesquisadora Julianne Geiger relatou também em oilprice que a produção da OPEP+ já demostrou quedas no mês de março. Segundo ela “os 13 membros da OPEP produziram menos 86.000 barris por dia de petróleo bruto no mês de março em comparação com fevereiro, com Angola representando a maior queda de 64.000 bpd. Outros membros da OPEP que tiveram produção em declínio incluem Argélia, Guiné Equatorial, Irã, Iraque, Líbia, Nigéria e Emirados Árabes Unidos. A segunda maior queda de produção foi observada no Iraque, que teve um declínio de produção de 18.000 barris por dia em março, caindo para 4,358 milhões de bpd, pois suas exportações foram bloqueadas após uma disputa com a Turquia sobre as exportações de petróleo da região semiautônoma do Curdistão iraquiano. A cota do Iraque para março foi de 4,431 milhões de bpd”.


A Arábia Saudita concordou voluntariamente em reduzir a produção a partir de maio em 500.000 bpd. Outros membros da OPEP também concordaram em cortar a produção em maio, incluindo Iraque, Emirados Árabes Unidos, Kuwait e Argélia. A Rússia também disse que reduziria a produção de petróleo bruto em 500.000 barris por dia. No geral, a OPEP+ concordou na semana passada em reduzir sua produção total de petróleo bruto a partir de maio em mais 1,6 milhão de barris por dia, além dos cortes existentes. Os cortes voluntários foram um choque para o mercado, com os preços do petróleo subindo com a notícia do corte inesperado.

Foto: (Nathalia Takeyama/VOCÊ S/A)


Então comprador(a), fique ligado, pois os fatores acima serão os complementos dos fundamentos de petróleo que andarão ao lado dos aumentos dos juros na Europa e Estados Unidos, apimentados ainda pelas desconfianças com o setor bancário que persistem em ventilar nos corredores das tradings pelo mundo se outros bancos poderão falir como os bancos americanos Silicon Valley Bank (SVB) e o Signature Bank.


Para ficar bem informado sobre o mercado de petróleo e combustíveis, você deve acessar o site da APX ENERGY BRAZIL . Lá você encontra um vasto material preparado com muito carinho aos amigos de compras.




Texto escrito por Alex Ponce | 25/04/2023, fundador da APX Energy , com página no Instagram @apx_energy_brazil e é colunista do Café com Comprador.

Os artigos assinados são de responsabilidade exclusiva dos autores e não refletem, necessariamente, a opinião do Café com Comprador e de seus editores.

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