Quando resolvo escrever um artigo (o primeiro) sobre o aquecimento global, é por que estou definitivamente convencido que na área que atuo isso não é mais uma discussão teórica, mas passamos a analisar problemas na prática.
Começo falando sobre projetos² de sistema de captação de água pluvial que, quando iniciados, tem em sua análise dados pluviométricos da região onde será construído um empreendimento. Em geral usam de décadas de dados históricos reunidos por institutos como INMET ou CPTEC/INPE e, com base em sua curvas, delimitam/definem a capacidade que esse sistema terá para conter as maiores chuvas.
É neste ponto que precisamos começar a nossa discussão. As chuvas históricas já não são mais uma referencia e expõe o dimensionamento de calhas, condutores verticais, condutores horizontais e ralos ao seu limite. Um dado verificado pelo INMET¹ é de que, nos últimos 30 anos, o clima esquentou em pelo menos 1°C no Brasil e a intensidade de chuvas agora tem uma concentração em apenas algumas horas. No gráfico abaixo vemos que na cidade de São Paulo, a frequência com que chuvas acima de 100mm aconteciam na década de 80 (época em que a NBR 10844 Instalações prediais de água pluvial foi escrita) aumentaram em 300%.
Na ultima tragédia de Petrópolis-RJ, por exemplo, no dia 15/02/2022 choveu 250mm em 3 horas. A média climatológica para o mês inteiro de fevereiro na cidade é de 185mm. É como se, em 3 horas, a chuva esperada para 45 dias caísse de uma só vez. Não há dimensionamento de sistema que suporte tamanha intensidade de chuva.
Então como resolver este problema se vamos ter chuvas que não podemos dimensionar sistemas capazes de absorver tanta água ao mesmo tempo?
Ai vem o tema de ESG e como podemos começar a contribuir de maneira imediata para arrefecer essa escalada da temperatura. A sigla "E" se refere ao Meio Ambiente (environmental) e como as empresas podem reunir esforços para reduzir sua pegada de carbono, reduzindo assim o desgaste na camada de ozônio, que é o nosso único escudo para lutar contra o aquecimento global.
Facilities pode contribuir com aumento de energia limpa, troca de descartáveis dentro do escritório ou ainda a escolha de equipamentos que sejam mais eficientes no momento de projetos de expansão, como utilização de luminárias de LED e equipamentos de ar condicionado com Fluxo de Refrigerante Variável.
Porém este é um caminho longo de mudança e até que cheguemos em um equilíbrio desta escalada do aquecimento global, vamos ter que lidar com chuvas cada vez maiores causando inundação/alagamentos nas regiões dos escritório e vazamentos com potencial dano e prejuízos ao patrimônio da empresa. Já com relação aquecimento temos que avaliar se o sistema de condicionamento de ar é capaz de suprir as demandas de temperaturas que se aproximas cada vez mais dos 50°C.
Por fim deixo um link com uma matéria do mestre André Trigueiro que tem observado consistentemente todas essas alterações climáticas: https://globoplay.globo.com/v/10418372/
Agradecimento especial ao Wilson Resplandes que me ajudou no racional deste artigo.
Referências:
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