Desde que me conheço por gente, temos ouvido falar sobre a necessidade do cuidado com o meio ambiente, sobre como preservar a qualidade do ar, sobre falta de água, enfim, sobre a escassez dos recursos naturais. Nos anos 70, a ONU fala pela primeira vez sobre o termo sustentabilidade, criando o Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (PNUMA), gerando resultados tímidos. Em 2004, num relatório emitido pelo Pacto Global, braço da ONU, surge então o termo ESG (Environmental, Social e Governance) substituindo o termo "sustentabilidade". O termo ESG tem sido associado a empresa engajados com responsabilidade social, sustentáveis (responsáveis) ambientalmente e que buscam administração adequada (governança).
Este tema tem ganhado força ano após ano e não é por menos, o tratado da ONU propõe que, mundialmente, todas as empresas estejam alinhadas com as ODSs (Objetivos de Desenvolvimento Sustentável) até 2030. Por isso, as questões de ESG têm sido consideradas essenciais, pois, empresas com este viés, são reconhecidamente mais valorizadas e eficientes, sem falar no fato de serem melhor avaliadas pelos acionistas, investidores, clientes e sociedade. Além disso, obviamente, temos como positivo todos os benefícios resultantes da adesão as 17 ODSs. Estima-se que em até 5 anos, quase 80% dos investidores irão se concentrar apenas em empresas ESG. Além de investidores, clientes e consumidores, tem buscado maior foco em empresas que se enquadram neste contexto.
E o que tudo isso tem a ver com compras? Como a cadeia de fornecedores pode interferir no ESG? A resposta é muito simples: Não basta que a empresa esteja focada em buscar alavancar e adequar seu ESG sem envolver fornecedores, parceiros, sociedade, governo, órgãos regulamentadores: é fundamental que este movimento seja replicado, envolvendo TODA A CADEIA fornecedora, em todos os níveis, em 360 graus, ou seja, produção - abastecimento (inbound) - transformação - distribuição (outbound), distribuidores, PDVs, logística reversa (se aplicável), subprodutos, e por aí vai...
É imperativo que os departamentos de suprimentos/procurement considerem em sua matriz de riscos, indicadores que sinalizem qualquer indicio de influência no ESG e desta forma, entender se fornecedores e parceiros, podem oferecer algum risco e/ou podem contribuir com o sucesso, mitigando tais riscos. É obvio que isso não é simples, em linhas gerais, é um tema novo para muitos, neste ponto, é importante unir forças, estudar alternativas juntos, planejar, priorizar... Já foi o tempo em que a relação entre empresa e fornecedores era distante, é necessário o envolvimento, o relacionamento, "sofrer juntos", gastar energia, entendendo qual o melhor caminho a ser percorrido para garantir, a partir de estudos fundamentados nas tais ODSs, que visem garantir o estado da arte para os pontos propostos pela ESG.
Enfim, a meta já foi lançada, é um caminho sem volta, então, o melhor a se fazer é, encarar com seriedade e maturidade o tema para não ficar para trás, afinal, empresas sem o engajamento em ESG, serão consideradas obsoletas, perderão força no mercado, sofrerão retaliação de clientes e consumidores, e gradativamente, estarão fadadas ao fracasso.
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Texto escrito por Carlos Henrique Silva | 16/08/2022.
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