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Cuidado com o ‘Golpe do Intermediário’



A vida não está fácil para ninguém. Criminosos agora estão enganando compradores e vendedores com o golpe da intermediação. Diversas autoridades alertam sobre o crescimento desse tipo de crime e é importante ressaltar alguns cuidados.


O crime funciona assim: fraudadores clonam anúncios de venda de carros, imóveis, objetos, telefones celulares, empresas, etc na internet e enganam tanto o comprador quanto o vendedor que ficou interessado no anúncio.


Com a confiança a partir da explicação e exemplificação do que está vendendo ou deseja comprar, diversos anúncios anunciam questões profissionais, carros seminovos, motos seminovas, condições de anunciantes não profissionais, falsos moderadores de negócios, entre outras.


Estelionatários usam negociações acima de suspeitas com condições de enganar profissionais inclusive e tentam facilitar condições de pagamento, preços bem abaixo do mercado, histórias mirabolantes sob o pretexto que estão, ora queimando um estoque, fazendo uma campanha de publicidade, tentam fazer com que o usuário entre na história que contam e posteriormente participem dela.


O abuso de confiança chega ao nível de envio de fotos, vídeos e até documentos para não parecer engano ou golpe. Golpistas estão conseguindo realizar golpe duplo entre compradores e vendedores onde a negociação ocorre separadamente e, quando as partes aproximam-se para verificar pagamento, o bem, a negociação, descobrem que foram enganadas.


Alguns cuidados são importantes:


  • O pagamento ser o mesmo destinatário que também é proprietário do bem, carro, moto, imóvel ou ativo;

  • Verificação (se possível) da origem da compra, se há dívidas ou parcelas ainda vincendas, verificar as tratativas que sejam coerentes;

  • Verificação se o bem apresenta condições reais para negociação;

  • Entender (e conhecer) a eventualidade da ocorrência da venda nesse momento, casando com a pretensão do vendedor e não conforme o intermediário;

  • Pesquisar o endereço, dados da empresa, tempo de atuação e a confiança no mercado da empresa intermediária que está realizando essa prestação de serviço;

  • Buscar outros compradores e vendedores que fizeram acordos com essa empresa intermediária;

  • Verificar a nota fiscal, pois este dá o direito à troca, todavia o cupom fiscal procede apenas informações da compra e dados da empresa;

  • Outras informações não mencionadas, porém podem significar uma ideia para a tomada de decisão em fazer ou não o negócio.


Segundo a OLX, o golpe tem três fases: a arquitetura, o encontro sem as vítimas saberem e a transferência do dinheiro. Enquanto a arquitetura trás o plano para enganar a vítima profissional que vende o carro, o plano prossegue com uma vítima não profissional que deseja comprar; ao passo seguinte para um encontro, onde as vítimas não se conhecem e o estelionatário faz com que as duas se encontrem, pois ele inventa uma ou duas informações falsas que não poderá comparecer, mas enviará alguém de sua confiança para a vistoria, todavia faz prometer que não podem discutir valores e nem a negociação em andamento; e na última fase a transferência do recursos para a conta do criminoso (que não é o real proprietário do veículo), ocasionando prejuízo para ambas as partes.


Outros cuidados importantes:


  • Verifique se a solicitação é próxima da tabela FIPE; Preferência por anúncios com perfil verificado;

  • Tente sempre negociar com o proprietário;

  • Certifique-se da transferência bancária;

  • Cuidado à transferência do veículo a partir de confirmações;

  • Atente para o representante legal ou proprietário do ativo que for comprar;

  • Não tenha receio nem medo de denunciar um anúncio que gere desconfiança, está ajudando outros compradores e vendedores.


Há muitas notícias, depoimentos, matérias e casos sobre este golpe com variações para “Golpe da OLX”, “Golpe da intermediação”, “Golpe do falso intermediário”, “Golpe do comprador e do vendedor”, entre outros. Apesar de mudar o nome, o golpe continua o mesmo e fazendo novas vítimas. É necessário cuidado ao se expor na internet como em anúncios onde há registros de oportunidades de comercializações, atenção redobrada tratando-se de um anúncio replicado, com perfil não verificado, ausência de informações importantes, solicitação de sigilo para a vistoria do carro ou moto, confirmação de dados bancários para o verdadeiro proprietário, entre outros apontados ou não apontados.


Não há um manual explícito e claro para desmistificar uma negociação, todavia há meios de torná-la segura onde você pode ter confiança em fazer da maneira certa, onde protege-se e protege também quem está vendendo, aliás, talvez ele esteja caindo em um golpe junto com você e isso poderá salvá-los. Qualquer informação conta para o trabalho da empresa que anuncia como a OLX e outros buscadores, além das autoridades policiais e de investigação no caso. Também, não deixe de registrar Boletim de Ocorrência sobre o fato, é muito importante que o criminoso pague pelo que fez e se não for a primeira vez do estelionatário, aumente sua pena e suas dores de cabeça com a justiça.


Tratando-se de segurança, cuidado, muito cuidado quando chegar à transferência dos recursos. Sinalize adequadamente sua preferência: PIX, cartão de crédito, cartão de débito, dinheiro em espécie, bitcoin, Real Digital, outra moeda ou meio de pagamento. Seja inteligente em estar a frente do golpista: pense como ele, saiba como ele age, estude tudo isso para estar preparado e ter a consciência que fez tudo ao seu alcance ou da maneira como foi informado pela empresa anunciadora.


Por fim, registre feedback também pela internet. Solte a voz. É muito importante outras pessoas saberem se a empresa X e Y são de confiança para realizarem negócios. Se você gostou da prestação de serviço, se revendedora de carros, apoie o negócio, mas pessoas podem estar interessados em empresas sérias que fazem bom trabalho e bom uso da tecnologia como ferramenta de gestão e de comercialização. Use as medidas de segurança e faça bons negócios.


Texto escrito por Thales Kroth | 21/02/2023, é sócio na Eu Acionista e é colunista do Café com Comprador.

Os artigos assinados são de responsabilidade exclusiva dos autores e não refletem, necessariamente, a opinião do Café com Comprador e de seus editores.

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