Escolher uma ação para fazer parte de sua carteira envolve análise, critério e identificação com seu perfil e busca, pois a opção de escolher quais ativos farão parte de sua carteira deve haver seleção de quais empresas você irá acompanhar, quais exigências serão necessárias você ter ou desenvolver, etc.
Antes da escolha, é preciso realizar um teste de API – Análise de Perfil de Investidor para indicar qual o nível de risco você está disposto a correr, pois não é sem noção que você partirá comprando ações de uma empresa ou de um setor.
O segundo passo é ajustar os níveis de concentração de risco: multimercado, renda fixa, ações, tesouro direto, entre outros, e saber qual a porcentagem combinará mais com a sua tolerância e apetite ao risco. Essa é uma parte cuidadosa onde você definirá que mais recursos poderão ser usados em uma parte do que outra. Muitos investidores alocam recursos em um banco/corretora só, o recomendável é você ter mais opções. Há quem recomende quatro contas de instituições financeiras, a Eu Acionista utiliza mais de setenta e recomendo um limite razoável entre seis e doze se você possuir mais fontes de renda. O ideal é que você não se perca, essas contas precisam ser úteis para a gestão do seu dinheiro.
Uma nova estratégia é se você deseja focar conforme a demanda do mercado, aí o conhecimento técnico precisa fluir melhor, pois se a inflação medida pelo IPCA do IBGE é alta e a taxa básica de juros medida pela taxa Selic do Banco Central acompanha para forçar a baixa da inflação, é natural uma corrente de investimentos em renda fixa. Muito mais quando fala-se atrelada à inflação. São estratégias momentâneas, de curto prazo, e são muito importantes para investidores que gostam de acompanhar mais de perto.
Outra estratégia é pela medida de risco. Se eu interpreto que um setor terá forte impacto pelo câmbio ou no setor de varejo, preciso encontrar uma empresa que tenha efeito contrário para equilibrar os riscos da carteira, também pode ser encontrado em setores com mais liquidez como nas instituições financeiras, seguros, comércio, imóveis.
Não existe uma mágica de investir em um setor especificamente, mas também você precisa ver o quanto de paciência terá para acompanhar esse mercado tão surreal que pode te dar um retorno de 35% ou mais em seis meses, e também desvalorizar mais de 80% em doze meses. Essas consequências podem ter diferentes fatores: riscos de negócios, crédito, liquidez, judicial, governança, estrutura, legal, estratégico, de clientes, etc. Esse acompanhamento será do investidor.
Para medidas mais burocráticas, cada ação envolve milhares de investidores que, assim como você, também desejam que a ação escolhida receba mais capitalização. Antes que qualquer gerente, assessor, analista, investidor ou influencer indique um investimento, analise todos os prós e contras sobre a tomada de decisão que será tomada. Delibere, planeje, questione, invista. Até os maiores investidores cometem erros ao investirem em ciclos de baixa e altas desproporcionais que tiveram baixas a curto prazo e já retomaram novos ciclos. A pandemia é o melhor exemplo e o mercado brasileiro tem muito a crescer ainda.
Para finalizar a ideia de encontrar o ativo ideal para compor sua carteira, pense como você tornar-se-á um sócio da empresa. Sim! Você receberá proventos da empresa, o chamado dividend yield sobre o lucros gerados em um período corrente de resultados. Meu conselho é que acompanhe as apresentações de resultados das empresas escolhidas, os balanços dos Fundos de Investimentos Imobiliários, de Ações, outros fundos, índices, ativos, como a empresa ofertará debêntures, a atuação de sua diretoria executiva e do conselho de administração, os canais de relacionamento com investidores, se possui uma sólida carteira de clientes e de serviços/produtos, enfim, utilize diversos critérios e tome a decisão certa: invista!
Bons investimentos.
Texto escrito por Thales Kroth | 21/06/2022, é sócio na Eu Acionista e é colunista do Café com Comprador.