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As recentes vendas de Refinarias no Brasil



Atualmente, o Brasil possui o oitavo maior parque de refino do mundo. E hoje o país produz cerca de 3 milhões de barris de petróleo por dia, operando próximo de 90% de sua capacidade operacional. Com destaque à estatal Petrobras detentora de grande parte da capacidade instalada e, por isso, ainda tem a fama de monopólio no setor. A predominância no mercado interno se mantém forte mesmo após a venda de algumas refinarias em 2021. Foram vendidas com aprovação do CADE as refinarias (Rlam) de Mataripe, São Francisco do Conde-BA, a (Reman) de Manaus-AM e a (SIX) de São Mateus do Sul-PR.


A concorrência no mercado nacional poderia estar mais equilibrada caso as refinarias de Canoas-RS e Araucária-PR tivessem suas vendas concluídas. Porém, o grupo Ultra, proprietária das empresas Ipiranga, Ultragaz, Ultracargo e Extra Farma, optou por não seguir com a aquisição da refinaria gaúcha. Já a Raízen, joint venture entre Cosan e Shell, não conseguiu avançar pela aquisição da refinaria paranaense.


A Unidade de Industrialização do Xisto (SIX), de São Mateus do Sul-PR, também teve sua venda anunciada ao grupo canadense Forbes & Manhattan Resources Inc. (F&M Resources), ainda em 2021. Através de anúncio oficial, a estatal afirmou que mesmo após a conclusão da operação de venda, a Petrobrás continuará operando a unidade através de um contrato de prestação de serviços por um período transitório enquanto o comprador estrutura seus processos e monta suas equipes.


Muitos analistas, afirmam que mesmo com as vendas das refinarias citadas, a concorrência pela demanda do mercado interno ainda estaria em desvantagem às compradoras, porque as maiores refinarias do país, na região sudeste, por exemplo, continuariam sob domínio da estatal e logo teriam o que estamos vendo hoje, controle e pressão nos preços por parte do governo.


Recentemente, tivemos a renovação do prazo para venda das refinarias pelo CADE, tendo em vista que o prazo original venceu em dezembro de 2021. A venda das refinarias divide opiniões quanto a sua eficácia na concorrência de preços e por este não ser o foco deste artigo, deixaremos o aprofundamento deste tema para uma próxima oportunidade.


Confira abaixo, algumas curiosidades sobre estas refinarias vendidas pela Petrobrás:


Refinaria de Mataripe (Rlam)


Antiga Refinaria Landulpho Alves - Hoje Refinaria de Mataripe controlada pela Acelen, empresa do grupo Mubadala Capital.


Foto da Refinaria baiana de Mataripe


Conforme divulgado no site da Petrobrás, a Refinaria Landulpho Alves, foi a primeira refinaria nacional de petróleo. Sua criação, em setembro de 1950, foi impulsionada pela descoberta do petróleo na Bahia e pelo sonho de uma nação independente em energia.


Nela são refinados, diariamente, 31 tipos de produtos, das mais diversas formas. Além dos conhecidos GLP, gasolina, diesel e lubrificantes, a refinaria é a única produtora nacional de food grade, uma parafina de teor alimentício utilizada para fabricação de chocolates, chicletes, entre outros, e de N-parafinas, derivado utilizado como matéria-prima na produção de detergentes biodegradáveis.


A venda desta refinaria rendeu aos cofres da estatal o valor de US$ 1,8 bilhão.


Refinaria Isaac Sabbá (Reman)


Foto aérea da Refinaria Isaac Sabbá


A Refinaria mais ao norte do país, localizada às margens do Rio Negro, em Manaus, iniciou sua produção no dia 6 de setembro de 1956 com a denominação de Companhia de Petróleo da Amazônia (Copam). Ela foi fundada pelo empresário Isaac Sabbá, a refinaria foi inaugurada oficialmente em 3 de janeiro de 1957, com a presença do Presidente Juscelino Kubitschek. Em 31 de maio de 1974, foi incorporada a estatal Petrobrás como a Refinaria de Manaus (Reman) e, em 1996, em homenagem ao pioneirismo de seu fundador, foi rebatizada como Refinaria Isaac Sabbá.


A refinaria é autossuficiente em energia, dispondo de uma central termoelétrica que produz e distribui 5,8 megawatts, uma capacidade suficiente para atender a demanda por energia de uma cidade com 35 mil habitantes.


O valor anunciado na venda desta refinaria foi de US$ 189,5 milhões.


Unidade de Industrialização do Xisto (SIX)


Foto aérea da Unidade de Industrialização do Xisto (SIX)


A Industrialização do Xisto (SIX) é uma unidade de operações localizada em São Mateus do Sul (PR) sobre uma das maiores reservas mundiais de xisto, ou folhelho pirobetuminoso - uma rocha sedimentar, com conteúdo de matéria orgânica na forma de querogênio, que somente por aquecimento (pirólise) pode ser convertido em óleo e gás.


A SIX funciona também como um centro avançado de pesquisa na área de refino, onde são desenvolvidos vários projetos em conjunto com o nosso centro de pesquisa (Cenpes) e universidades. O parque tecnológico da SIX é o maior da América Latina e um dos maiores do mundo em plantas-piloto, composto por 15 unidades criadas para atender as necessidades dos variados processos de refino. Utilizamos esse insumo tecnológico para ampliar nossa eficiência e rendimentos.


A Petrobras realizou a venda desta refinaria à Forbes & Manhattan Resources por US$ 33 milhões.


Em breve, publicaremos novos artigos sobre as principais refinarias do Brasil. Contendo dados e fatos de forma objetiva e resumida para nossos amigos de compras ficarem por dentro do assunto.


Texto escrito por Alex Ponce - APX ENERGY | 08/05/2022


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