O primeiro podcast da Dr. Elouise Epstein no Brasil
- gabrielhenrique29
- 21 de mai.
- 3 min de leitura
Em março deste ano, na semana em que ocorreu o Linkana Connection, gravei um episódio especial de podcast com a Dra. Elouise Epstein, sócia da Kearney e uma das pessoas mais afiadas do planeta quando o assunto é tecnologia, compras e críticas a ERPs e consultores.

Na mesa comigo também estava meu amigo Raphael Traticoski, fundador da GrowinCo, e o clima da conversa ficou entre falar do último livro dela, How to Hack Your Supply Chain, uma sessão de terapia para founders de Procuretech e uma profecia sobre o fim do mundo corporativo como conhecemos.
Este artigo vai ser um pequeno resumo do episódio completo, que você pode assistir aqui:
“Isso não é gestão de risco. Isso é teatro.”
Foi assim que a Dr. Elouise descreveu a maneira como grandes empresas “gerenciam” risco, ESG e qualquer coisa relacionada a terceiros. Formulários intermináveis, checklists genéricos, auditorias que não medem nada. Tudo isso para manter a ilusão de que estamos no controle de algo.
Segundo ela, a maioria das ferramentas de risco e ESG vendem exatamente isso: uma grande ilusão. Ela compara com o “teatro” de segurança dos aeroportos, onde um monte de gente passa mala no raio-x e joga fora frasquinho de shampoo para parecer que está tudo sob controle.
Se tem uma ameaça terrorista real sendo planejada meses antes, nada disso adianta. Segundo ela, o mesmo vale para o “teatro” atual da gestão de risco de fornecedores.
O maior risco das empresas hoje é continuar usando SAP
“A gente gasta bilhões pra implementar algo que já nasceu obsoleto”.
Não é de hoje que a Dr. Epstein tem uma cruzada pessoal contra os ERPs. Na conversa, ela comentou que se recusou a fazer login no SAP da Kearney desde janeiro, também deixou claro que nunca mais vai abrir o Salesforce.
Ela está esperando a implementação da estrutura de agentes prometida pela empresa para conectar e puxar seus dados automaticamente.
Ela deu o exemplo de um cliente que gastou 1 bilhão de dólares em uma migração para o SAP S/4HANA. Vai levar 10 anos, e metade do valor investidor já terá ido para o lixo antes mesmo do projeto começar.
O futuro não é um novo software. É você sendo substituído por um agente
“Todo mundo vai virar gerente de agentes”.
Tem uma parte da conversa em que ela afirma: TI, RH, jurídico, financeiro e parte das compras vão ser eliminados. Não diminuídos. Eliminados. As funções operacionais já estão sendo feitas melhor por máquinas. O que resta é relacionamento, decisão e contexto.
Imagine um agente dedicado para o seu fornecedor crítico. Outro só pra monitorar risco financeiro. Outro pra ESG. Eles colhem os dados, analisam tudo, tomam decisão.
O seu papel? Decidir o que fazer com isso (quando necessário).
A mensagem dela pra LATAM é simples
“As chaves do sucesso na nova era são simples: trabalho duro, criatividade e motivação. A IA faz ou conseguirá fazer o resto.”
Não tenha medo. Teste uma IA por dia. Aprenda. Se envolva. E se você está achando que está atrasado, talvez não esteja. A América Latina pode até parecer o último vagão do trem, mas nesse novo jogo, o campo está nivelado. O que vai fazer diferença é o quanto você está disposto a desaprender o que funcionava e experimentar o que já está funcionando.
O próximo livro dela? Um olhar para o passado
“No último parágrafo, vou deixar uma previsão: exageramos no digital. Vai rolar um movimento de volta pro analógico. Livros, papel, conversa. Contato humano.”
Depois de anos olhando pro futuro, a Dr. Elouise decidiu que seu próximo livro vai contar a história das cadeias de suprimentos. Ela quer olhar pra trás e entender como a gente chegou até aqui.

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