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(EUA x IRÃ) Impactos e dicas para compradores

Atualizado: 22 de jun.

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Fala compradora! Fala comprador!


A semana começa agitada com o conflito EUA x Irã. E você sabe que está por trás, como afeta o Supply Chain e o que o comprador B2B pode (e deve) fazer?


Confira esse artigo preparado para nossa comunidade:


O que tá rolando?


Quando falamos em conflito entre duas potências como Estados Unidos e Irã, muita gente pensa em geopolítica, segurança e diplomacia. Mas para nós, profissionais de compras, supply chain e logística, o alerta acende por outro motivo: impacto direto nos custos, nos prazos e na estabilidade de fornecimento… impacto forte em produtos e serviços aqui no nosso país.


Neste artigo, você vai entender:

• Por que esse conflito é diferente dos anteriores (A tensão entre os Estados Unidos e o Irã não é novidade no cenário geopolítico. Mas o que torna o conflito atual diferente, e mais perigoso, é o nível de envolvimento direto de potências globais, o alcance das represálias e o momento econômico mundial).

• Quais áreas e setores serão mais afetados (Não estamos falando de impactos restritos à esfera militar ou diplomática. Este conflito atinge diretamente setores produtivos essenciais, com reflexos no bolso do consumidor e no caixa das empresas).

• Como os profissionais de compras podem atuar agora para evitar prejuízos mais à frente (A área de Compras deixa de ser suporte e assume um papel de liderança estratégica em momentos de crise como este. Não é exagero dizer que um movimento certo agora pode garantir a sobrevivência ou o crescimento da empresa nos próximos meses).



Panorama do conflito EUA x Irã


Raízes do conflito


A tensão entre EUA e Irã não é de hoje… faz tempo hein… desde 1979, após a Revolução Islâmica, os dois países se enfrentam indiretamente por meio de sanções, espionagem, sabotagens e guerras por procuração. O ponto central da discórdia, recheada de alianças ocultas, sempre foi:

• O programa nuclear iraniano (O programa nuclear do Irã é, talvez, o ponto mais sensível da relação entre o país e o Ocidente, especialmente os EUA, Israel e potências europeias. Desde a década de 1970, o Irã desenvolve capacidades nucleares, mas foi a partir dos anos 2000 que o programa passou a ser visto como ameaça global).

• O apoio do Irã a grupos armados na Síria, Líbano, Iêmen e Palestina (O Irã utiliza uma estratégia de guerra indireta, chamada de proxy war, financiando, treinando e armando milícias e grupos armados que atuam em países vizinhos. Isso amplia seu raio de influência regional e cria uma rede de aliados ideológicos e estratégicos).

• A presença militar dos EUA no Oriente Médio (Os Estados Unidos mantêm uma presença militar constante e significativa no Oriente Médio há décadas. O objetivo oficial sempre foi garantir estabilidade regional, combater o terrorismo e proteger aliados estratégicos como Israel e Arábia Saudita.)


O que aconteceu agora em 2025?


O estopim da crise atual foi o bombardeio de três instalações nucleares iranianas pelas forças americanas: Fordow, Natanz e Isfahan.


Como resposta:

• O Irã ameaçou fechar o Estreito de Hormuz (por onde passa de 20% a 30% do petróleo mundial) - O Estreito de Hormuz, localizado entre o Golfo Pérsico e o Mar de Omã, é uma das rotas marítimas mais importantes do planeta. Ele funciona como uma “passagem obrigatória” para navios petroleiros que transportam de 20% a 30% de todo o petróleo consumido no mundo, cerca de 21 milhões de barris por dia.

• Israel e grupos aliados intensificaram a retaliação contra refinarias iranianas. (Israel, com o apoio logístico e de inteligência de aliados ocidentais, intensificou operações de retaliação direta contra refinarias, instalações de armazenamento e centros de distribuição de combustíveis no Irã. Isso é uma mudança de postura significativa: sair da guerra por procuração (via Hezbollah e Hamas) e atingir a infraestrutura crítica diretamente.)

• Novas sanções econômicas e comerciais foram aplicadas pelos EUA e pela União Europeia. (Com a escalada dos ataques e a recusa do Irã em retomar negociações nucleares com plena supervisão da AIEA, Estados Unidos e União Europeia anunciaram um novo pacote de sanções econômicas e comerciais, com foco em asfixiar financeiramente o regime iraniano e limitar sua capacidade de financiar grupos armados).


Ou seja: não é apenas uma guerra militar, é uma guerra comercial, energética e logística. (E Deus nos livre que seja nuclear)



Impactos reais no supply chain global


Preço do petróleo


O barril do petróleo subiu entre US$3 e US$5 em poucos dias, e há projeções que, se o Estreito de Hormuz for bloqueado, o preço pode chegar a US$130 por barril. (Segundo Reuters, TheGuardian e Washington Post)


Isso significa aumento em cadeia: combustível, frete, produção industrial, inflação… então tudo sobe meus queridos!!!


Logística e transporte marítimo

• Navios estão evitando a região do Golfo Pérsico. (Com a escalada das tensões entre EUA e Irã e os constantes alertas de ataques a embarcações comerciais, muitas companhias marítimas optaram por suspender temporariamente a travessia pelo Estreito de Hormuz e outras áreas críticas do Golfo Pérsico. Essa região é considerada uma das mais estratégicas do mundo, pois cerca de 20% a 30% de todo o petróleo global passa por ali diariamente. A decisão de evitar esse corredor marítimo visa preservar vidas, cargas e embarcações, mas gera efeitos colaterais importantes para o comércio internacional).

• Rotas foram desviadas para o sul da África (Com a rota tradicional comprometida, muitas embarcações têm desviado seu percurso para contornar o Cabo da Boa Esperança, no extremo sul da África. Essa mudança aumenta consideravelmente o trajeto das rotas marítimas que ligam o Oriente Médio e a Ásia à Europa e às Américas. Para se ter uma ideia, esse desvio pode adicionar de 7 a 14 dias no tempo de trânsito de cada navio, dependendo da origem e destino. Ou seja, o que antes levava 20 dias pode facilmente ultrapassar 30 dias, com impactos diretos nos cronogramas de produção e distribuição de empresas do mundo inteiro.)

• Aumento de prazo, custo e risco de seguro marítimo.


Se a sua carga vem do Oriente Médio ou Ásia com conexão pelo Golfo, prepare-se para lead times mais longos e custos surpresas. Se possível atue imediatamente.


Sanções e compliance

• Sanções miram empresas, navios e instituições financeiras iranianas… e em breve aliados.

• Muitos cargueiros passaram a operar como “shadow fleets”, sem rastreamento, burlando sanções e pirateando operações… risco na veia!


Para quem compra internacionalmente, isso exige um reforço imediato em compliance, due diligence e auditorias logísticas. Mergulhe no assunto agora!


Insumos petroquímicos e industriais


Segundo a Reuters, com o Irã e Israel afetando suas refinarias mutuamente, há uma redução na oferta de derivados de petróleo e gás como:

• Ureia, amônia e fertilizantes;

• Resinas plásticas, polímeros e tintas;

• Gases industriais.


A indústria química, agrícola, automotiva e de construção civil já está sentindo os impactos.


Inflação global e instabilidade


A inflação tende a se agravar, o que pressiona governos e bancos centrais.

• Taxas de juros devem permanecer altas… mais ainda Sr Fernando Haddad??

• O custo de capital para empresas aumenta. Alô empresários!?!


Além disso, o risco geopolítico afeta bolsas, moedas, contratos e decisões de investimentos. Seguraaaa piãooo!


Pra quem achava que o Brasil estava a beira de um furacão fiscal, econômico e financeiro… no meio do furacão agora vem um tsunami.



Setores mais afetados


Energia: Alta nos preços do petróleo e gás;

Logística e transporte: Fretes marítimos mais caros e lentos;

Indústria química : Falta de insumos e encarecimento de fertilizantes e plásticos;

Agronegócio: Alta no custo de produção agrícola (fertilizantes e diesel);

Automotivo e eletrônico: Atrasos na produção e encarecimento de componentes importados



Produtos e serviços que ficarão mais caros

Combustíveis (gasolina, diesel, querosene de aviação)

Fretes e containers

Fertilizantes e defensivos agrícolas

Plásticos e embalagens

Produtos eletrônicos

Energias baseadas em termelétricas

Serviços logísticos e seguros internacionais



Como vocês compradoras e compradores podem proteger sua empresa 👇🏻


Agora, mais do que nunca, precisamos assumir o papel de estrategista e guardião da cadeia de fornecedores.


Revisão de contratos


Inclua cláusulas de:

• Reajuste por variação cambial ou de petróleo;

• Flexibilidade em lead times e penalidades;

• Compartilhamento de risco logístico.


Mapeamento de riscos

• Quais itens da sua operação vêm do Oriente Médio ou passam por rotas afetadas?

• Tem alternativas viáveis? Como está o fornecedor secundário?


Diversificação de rotas e modais

• Priorize embarques via Canal de Suez ou rotas terrestres/ferroviárias.

• Em alguns casos, até o modal aéreo pode valer a pena para itens críticos.


Aumento de estoques críticos

• Repense estoques para itens de alto risco ou insubstituíveis.

• Se possível, reforce acordos de armazenamento local com fornecedores.


Hedging e proteção financeira

• Considere operações de hedge para travar preços de combustíveis e moedas.

• Antecipe compras com câmbio mais favorável.



Dicas práticas para sua estratégia de compras parar de pé na empresa, ter apoio das demais áreas e do Board:

-Monte um comitê de risco com logística, jurídico, finanças e board.

-Atualize sua matriz kraljic e SRA de fornecedores por região.

-Crie KPIs para acompanhar o impacto do conflito nos seus contratos.

-Reforce auditorias em fornecedores e armadores internacionais.

-Negocie prazos mais longos ou garantias de fornecimento com parceiros estratégicos.



Conclusão


Esse conflito não é uma “crise passageira”, é uma transformação nas dinâmicas globais de fornecimento. De verdade é o novo normal! Mãos a obras galera! Temos como sair na frente da crise!


Se antes bastava pensar em custo e qualidade, agora o comprador precisa gerenciar risco, estabilidade e geopolítica.


Quem se antecipa agora evita rupturas lá na frente. Quem ignora, terá que pagar a conta mais cara.


Boas compras ☕️🚀   


Artigo escrito por Douglas Marques Ferreira

 
 

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