E aí pessoal, estão todos preparados para a década do Planejamento de Recursos do Relacionamento - ou para quem gosta dos termos em inglês, o RRP (Relationship Resource Planning) - quando uma grande onda de eficiência e redução de custos será alcançada através da gestão de relacionamentos altamente sustentáveis, equilibrados e eficientes?
E não custa nada lembrar que: automação, big data, data analytics e outras tecnologias e habilidades serão chave!
Assim como o ERP (Enterprise Resource Planning), o RRP será orientado pela automação. Ao desenvolver esse termo, o IACCM (The International Association for Contract & Commercial Management) identificou como uma nova onda de tecnologia está começando a fornecer plataformas e sistemas inteligentes, capazes de realizarem uma sobreposição e interface entre os softwares corporativos existentes. Essa maior flexibilidade e integração já está começando a impactar as atitudes em relação à gestão comercial e de contratos e gerando um conjunto de "grandes abordagens" para 2020 e próximos anos.
1. Dos documentos aos dados. A visão tradicional de contratos como 'documentos' está rapidamente dando lugar a uma apreciação de que eles são de fato uma fonte crítica de 'dados', tanto no nível transacional quanto no portfólio, os quais serão facilmente definidos, monitorados e utilizados.
2. Da transferência de risco para o valor econômico. As abordagens tradicionais de contratação e negociação se concentram nos contratos como mecanismos de transferência de risco. Na próxima década, à medida que pesquisas e análises nos ajudarem a entender melhor o equilíbrio entre risco e oportunidade, testemunharemos uma mudança nos contratos, tornando-se instrumentos de valor econômico, naturalmente justos, sustentáveis e equilibrados para as partes interessadas.
3. Dos limites aos caminhos. Hoje, os contratos tendem a estabelecer limites, muitas vezes influenciados por uma abordagem que procura impor responsabilidades e estabelecer proteções para quando as coisas dão errado. Nessa nova era de fluxos de dados cada vez mais abertos e transparentes, termos contratos estabelecendo caminhos por meio de relacionamentos mais estruturados e mais formais, que enfatizam mais a criação de condições para o desenvolvimento e crescimento mútuo.
Os impactos mais amplos e a verdadeira geração de valor para as organizações!
Em linha com essas grandes mudanças, haverá vários facilitadores importantes, por exemplo, áreas como design e estrutura estratégica de contratos. As tendências atuais de visualização e gráficos serão robustas e aceleradas. Da mesma forma, os avanços no uso da blockchain criarão plataformas que gerarão grande visibilidade das cadeias de suprimentos, enquanto iniciativas como a Automação de Processos por Robôs (conhecido como RPA) acelerarão o impulso para o 'autoatendimento' e a Inteligência Artificial e Machine Learning tratarão de aperfeiçoar constantemente os processos.
Talvez a maior mudança que esteja ocorrendo seja a crescente apreciação de que a gestão de contratos está frequentemente fora de sintonia com as metas e estratégias corporativas. Eles costumam ficar para trás das mudanças nas prioridades. Por exemplo, embora os executivos possam promover velocidade, flexibilidade e colaboração, essas iniciativas normalmente levam tempo para serem refletidas nos termos e práticas comerciais e contratuais. Na década de 2020, a inteligência de mercado dinâmica baseada em estratégia de dados consistente, impulsionará a gestão de contratos à níveis elevados de eficiência, e informará e moldará cada vez mais as estratégias corporativas, assumindo uma posição de liderança na efetivação das mudanças.
Cabe lembrar e homenagear neste momento os Professores Oliver Hart e Bengt Holmström, que em 2016, ganharam o prêmio Nobel de economia com a “Teoria dos Contratos”. Após anos de pesquisas, comprovaram que ao se desenhar acordos mais justos e economicamente eficientes, é possível obter-se uma relação mais sustentável, equilibrada e mutuamente benéfica para todas as partes interessadas.
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