Nesta semana de número 50 de 2022, que ocorre entre os dias 12 a 18 de dezembro, estamos acompanhando um fato interessante no cenário global de energia. A China, maior importador de petróleo do mundo, retoma o processo de refino e a produção de suas refinarias atinge a maior alta em 12 meses.
O gigante asiático acordou?
Analisando as notícias do setor e sites que monitoram o mercado, notamos que a China, maior importador de petróleo do mundo, retomou sua grande produção de refino nesta semana, o que voltou a pressionar os preços da commodity para cima.
Analisando o gráfico abaixo, notamos que na semana 49 o Brent tocou os $75/bbl entre os dias 8 e 9. Isso nos mostra que os fatores citados em nosso artigo sobre o mercado na semana 49, tiveram de certa forma, os fatores de baixa como foco dos traders. Já nesta semana, os fatores de alta começam a pesar.
Conforme informou a Reuters, a produção da refinaria da China atingiu o maior nível em 12 meses em novembro, atingindo 14,5 milhões de barris, o que a tornou a terceira maior taxa de produção diária já registrada.
Segundo Charles Kennedy da Oil Price, informa que o aumento, após dez meses de atividade um tanto moderada em meio a bloqueios e fraca demanda doméstica por combustível, ocorreu em meio a uma iminente escassez global de diesel que elevou as margens de refino, estimulando as refinarias a aumentar a produção, especialmente com o novo lote de cotas de exportação emitidas por Pequim.
O início de duas novas refinarias também contribuiu para o aumento da produção da refinaria. A primeira foi uma instalação operada pela PetroChina, com capacidade de 200.000 barris diários, e a segunda foi construída pela refinaria independente Shengdong Petrochemicals, com capacidade de 320.000 bpd.
A Reuters também informou no início deste mês que as taxas de exportação de combustível da China podem atingir outro recorde no final do ano. As exportações de gasolina, diesel e combustível de aviação, podem atingir em dezembro, entre 6,5 milhões de toneladas e 7,1 milhões de toneladas, segundo empresas de pesquisa e consultoria de petróleo e fontes comerciais.
China x decisões do G7
Tsvetana Paraskova escreveu para Oil Price, destacando que o acesso ao petróleo bruto russo com desconto também ajudou as refinarias chinesas a aumentar suas taxas de execução e aumentar suas margens também. A China sinalizou que não observará o teto de preço do G7 que entrou em vigor na semana passada e continuará comprando petróleo russo independentemente do preço.
Ficaremos de olho!
Texto escrito por Alex Ponce | 15/12/2022, fundador da APX Energy , com página no Instagram @apx_energy_brazil e é colunista do Café com Comprador.
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