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A importância das associações profissionais e das redes colaborativas de Compras na América Latina




Não é um clichê quando digo que "a união faz a força". E muito menos no caso de uma disciplina tão relegada como Compras. Repito sem parar o que considero, sobre a razão pela qual é tão relegada: muitas pessoas ainda acreditam que comprar para uma empresa é fácil porque todos os dias compram bens e serviços de caráter pessoal. Este pensamento está muito longe da realidade!


Quando cito o ditado popular pelo qual inicio este artigo, faço-o com base nos muitos cenários em que me perguntaram “por que existe uma Associação de Compradores Profissionais?”. Parte da resposta está na premissa anterior: porque é mais complexo comprar para empresas do que fazer compras pessoais. Preparação e experiência são necessárias. É necessário ser PROFISSIONAL.


Para explicar em detalhes, uso muito a analogia com Recursos Humanos. Mesmo que tenhamos a experiência pessoal de entrevistar e contratar pessoas (funcionária de casa, assistente ou free lance para um projeto pessoal ou familiar etc.), não consigo imaginar uma pessoa dizendo para Recursos Humanos: “entrevistei uma pessoa e Eu a contratei porque eu estava com uma necessidade urgente. Por favor, legalize os documentos da pessoa para mim. A resposta seria que, não importa quão bem você pense que sabe fazê-lo, contratar pessoal é um trabalho para profissionais da área e corresponde à área de Recursos Humanos.


Assumindo que essa premissa esteja correta, geralmente um grupo de profissionais possui um corpo diretivo que os representa e os ajuda a manter-se atualizados sobre as boas práticas e, se aplicável, os padrões existentes que regem sua profissão. Por que Compras deve ser diferente? As pessoas que acreditam que "comprar é fácil" certamente também não sabem que em todo o mundo, quase todos os países têm uma Associação de Compradores, e que treinam, credenciam e certificam os compradores através de um exame... em quê? Bem, em padrões internacionais (boas práticas) de Compras e Suprimentos! E eles existem precisamente porque Compras já é uma profissão.


Respeito totalmente aqueles que continuam pensando que Suprimentos não tem padrões e boas práticas. Mas sei que, apenas lendo alguns capítulos desses padrões, ficariam surpresos ao descobrir que muitas de suas crenças e práticas atuais são antigas. Todas as profissões e disciplinas evoluem... Compras também!


Antes de entrar no tópico das redes e associações profissionais, é pertinente mencionar a importância da certificação. Também respeito a opinião de quem diz que "sua experiência é extensa", "eles já sabem tudo" e "não precisam de um papel que mostre que conhecem sua disciplina", seja ela qual for. Isso é verdade... quem sabe, sabe. Infelizmente, porém, vivemos em uma sociedade em que, ao contrário do princípio da boa fé, pede-se provas de quase tudo, e mais ainda quando há termos legais e trabalhistas. Assim, quem estuda uma carreira inteira, mas não se certifica, fica em um limbo onde ainda pode trabalhar, mas limitado à boa-fé daqueles que não solicitam certificação de seus conhecimentos.


Agora, digamos que, de boa fé, poucos solicitem uma certificação em Compras. Eu me pergunto: Onde fica então o valor pessoal e profissional de cada pessoa? Estão satisfeitos com a experiência que têm e não se atrevam a explorar novas tendências ou boas práticas existentes sobre sua profissão? A certificação em Compras difere um pouco de outras profissões, pois as demais deixaram de ser empíricas há muito tempo, enquanto as Compras "estão surgindo" na América Latina e as mudanças nas novas e boas práticas e tendências globais são constantes. E mesmo que o “certo desrespeito” ao crescimento pessoal seja motivo suficiente para não ser certificado, o que acontecerá no dia em que uma pessoa de Compras chegar para uma entrevista de emprego e se encontrar competindo com outros candidatos que sim optaram pela certificação? Quem os empregadores escolheriam? Este é um caso real de uma pessoa certificada CPCA na Colômbia e para quem a certificação representou melhorias substanciais na posição, credibilidade e salário. Por fim, acho que, como um grupo, todos os compradores devem promover a certificação entre si, já que aqueles que não o possuem estão enviando uma mensagem ao mercado de que “os compradores não têm padrões profissionais e simplesmente exercemos um trabalho simples”. Essa voz ao mercado é um empecilho para o reconhecimento da profissão, para seu posicionamento estratégico nas organizações e, obviamente, para seu nível salarial comparado a outras profissões.


Agora faz sentido e temos base para conversarmos sobre as redes e as

Associações de Compras na América Latina. As questões de Compras são muito semelhantes, mas em muitos casos também são muito diferentes. Pela geografia ... pela idiossincrasia ... por muitas razões. Então, o que é melhor do que ter uma rede colaborativa para compartilhar problemas e explorar soluções conjuntas? Volto ao ditado popular com o qual comecei este artigo: A união faz a força. Já não é apenas a união entre compradores para apoiar uma Associação em particular, mas a união de Associações com uma visão colaborativa, para posicionar uma profissão que no nível latino-americano está começando a ganhar força, ainda mais por toda a garantia de fornecimento que ela forneceu nesses momentos de crise em múltiplos setores das economias de vários países.


Unidos e nos ajudando é como alcançaremos o posicionamento que a área de Compras merece. E termino explicando por que falei sobre certificação profissional. Entre o ISM (Institute for Supply Management) dos Estados Unidos e o PMAC (Purchasing Management Association of Canada), eles reconhecem e endossam mutuamente suas certificações profissionais em Compras. Desta mesma forma é que, nós da Colômbia promovemos, não apenas que cada país da América Latina tenha sua Associação de Compras, mas também que suas certificações profissionais sejam aprovadas entre eles, com padrões internacionais. A mesma garantia já foi assinada entre as Associações de Compras da Colômbia e México, e logo Argentina e Chile. Nossas questões de Compras são muito particulares e, portanto, temos muito a contribuir para o escopo do Fornecimento em todo o mundo. Um provérbio africano diz: “Se andarmos sozinhos, chegaremos mais rápido; mas se caminharmos juntos, iremos mais longe”.


Texto gentilmente escrito por:


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